Meu nome é Eliana Santos, sou brasileira e minha trajetória de vida é marcada por desafios e superações.
Trabalhei como empregada doméstica por 16 anos em uma única casa, sem nunca tirar férias.
Após meu divórcio com um policial militar, enfrentei uma fase difícil e decidi voltar a estudar para fugir da depressão.
Aos 29 anos, iniciei a Faculdade de Enfermagem, mesmo sem condições financeiras.
Na época havia a dívida da minha casa para pagar e, com o salário de doméstica, tudo parecia complicado.
Entrentanto, aos 33 anos, me formei e terminei de pagar minha casa.
Como mulher negra e mãe solo, enfrentei muitos receios
Perguntava-me quem me daria a primeira oportunidade na área de enfermagem.
Uma noite, em oração, pedi a Deus um emprego que me permitisse cuidar de pessoas em vulnerabilidade, em situação de rua, com problemas de saúde mental e uso de drogas.
Prometi que, se Ele me desse essa oportunidade, eu carregaria comigo a visão d’Ele para com o próximo.
Poucos dias depois, enquanto estava com minha mãe na cidade, um homem que nunca havia visto antes me abordou e disse:
“Deus mandou eu dizer que gostou do que você pediu a Ele, e que você receberá exatamente o que solicitou na próxima semana.”
Exatamente uma semana depois, fui chamada para um processo seletivo em uma instituição renomada no país, para trabalhar como enfermeira em saúde mental.
Passei pelo processo de seleção e fui direcionada ao meu primeiro emprego na Cracolândia, na região da Luz, em São Paulo, uma das maiores cenas de uso de drogas e população de rua do país.
Foi ali que descobri minha verdadeira paixão. Já são 11 anos dedicados a populações em vulnerabilidade, em cenas de uso de drogas e com pessoas em situação de rua em São Paulo.
Nesse período, investi em minha formação: fiz pós-graduação em saúde mental, dependência química, psiquiatria, urgência e emergência dentre muitas extensões como luto, desastres, psicoterapia cristã e sexologia.
Tornei-me também embaixadora mentora pela Interweave Solutions, onde ministro cursos de autossuficiência para mulheres em situação de pobreza.
Atualmente, sou mestranda na USP e palestrante em eventos nacionais e internacionais.
Em 2023, recebi um título que considero um presente de Deus: Diplomata Civil Humanitária Internacional Jethro.
Esse reconhecimento veio em um momento em que minhas ações humanitárias em Moçambique já estavam consolidadas.
Desde 2020, viajo ao país para realizar ações sociais com mulheres em extrema vulnerabilidade na Aldeia de Massaca.
- Atendo mães de crianças com paralisia cerebral.
- Mamas (senhoras) recicladoras que trabalham no maior aterro sanitário de Maputo, a Lixeira de Hulene B.
- Trabalho com crianças em uma escola comunitária na aldeia.
Em 2024, realizei duas viagens à África, em julho e dezembro, acompanhada pela comunidade CEMI Centro de Evangelização Missionária-Maputo tendo como responsável o também Diplomata Civil Humanitário Internacional Jethro Apóstolo Daniel Barwani.
Como Diplomata Civil Humanitária recebi um tratamento diferenciado
Mesmo em meio a manifestações políticas e crises, com mortes e fome, consegui cumprir minha missão.
Inclusive sendo escoltada pela polícia militar de casa até o aeroporto de Maputo para garantir a minha segurança.
Meu maior desejo é mudar-me definitivamente para a África e trabalhar de perto com adolescentes enfrentando casamentos precoces, mulheres e crianças em vulnerabilidade, com demandas sociais e de saúde mental, em um país com alto índice de HIV e, em algumas regiões, a poligamia.
Sei que o que faço é apenas uma gota no oceano, mas acredito firmemente que, se eu não fizer, será uma gota a menos no oceano.
Acredito no poder da Diplomacia Civil e na força de Deus para continuar transformando vidas
Realizar missões sociais é um grande desafio, especialmente porque poucos se identificam com essas causas.
Todo o trabalho em Moçambique é realizado com recursos próprios, doações, rifas e campanhas.
“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.” (Jeremias 29:11).