Skip to content

AMAZONAS: MAX DACAMPO E A EMOCIONANTE HISTÓRIA DE VIDA DO DIPLOMATA CIVIL HUMANITÁRIO DA JETHRO

Image of Max Dacampo Diplomata Civil Humanitário da Jethro International

Max Dacampo é um Exemplo de como o Propósito Humanitário Pode Transformar a Vida das Pessoas

Amazonas: Max Dacampo e a Emocionante História de Vida do Diplomata Civil Humanitário Chaplain da Jethro

 

Olá, meu nome é Maxmino Rodolfo Dacampo Junior, sou filho de Ivani Maria Dacampo e Maxmino Rodolfo Dacampo. Tenho dois irmãos: a Bia e o Alex, que é casado com a Bruna e que são os pais dos meus dois sobrinhos, o Felipe e a Laura.

 

Como Colocar em Palavras 42 Anos de Vida?

Eu nasci em Minas Gerais, mas passei toda a minha infância na cidade de Mogi Mirim – SP.

Minha família sempre foi muito unida e amorosa.

Meus pais são maravilhosos e sempre nos ensinaram bons valores: educação, amor, bondade para com o próximo e fé.

Somos aquele tipo de família que comemora festas de aniversário e celebramos o Natal, a Páscoa e o Ano Novo.

E nessas ocasiões, reuníamos tios, primos, avós. Lembro que dentre os membros da família, eu era muito apegado à minha avó – a Nona.

Também costumávamos fazer muitos passeios e viagens juntos.

 

Meu Pai, Meu Herói

Prematuro, nasci de 8 meses, ainda em desenvolvimento e com pulmões em fase de formação.

Foi quando os médicos me diagnosticaram com sérios problemas saúde e desnutrição. Logo, com poucas chances de sobreviver.

Ao saber da notícia, meu pai reagiu rapidamente me levando para outro hospital para ser examinado novamente.

E foi desse jeito que meu pai salvou a minha. Mal acabara eu de nascer.

Por isso, recebi e fui honrado com o nome de meu pai: Maxmino Rodolfo Dacampo Jr.

 

Minha Infância Agitada e Feliz

Posso dizer que tive uma infância feliz. Naquela época, eu era uma criança muito arteira e inquieta.

Em consequência disso, não ia bem na escola. Mas, a parte boa era que eu sempre tive muitos amigos.

Muito acelerado, não conseguia ficar parado. Volta e meia, quebrava algum osso ou machucava feio.

Então, lembro que vivia com gesso ou curativos pelo corpo. De tanto tomar antibióticos, meus ossos ficaram fracos.

Até os meus 13 anos de idade, sofri vários acidentes. Que eu me lembre, acho que fui atropelado pelo menos umas 8 vezes. Aliás, eu quase morri em alguns desses eventos sinistros.

 

Adolescência e Juventude: Skate, Amigos, Namoradas e Acampamentos

Eu gostava de andar de skate e ficava horas na pista. Sempre tive uma namorada e uma turma de amigos.

Aos 15 anos eu comecei a fumar maconha. Posso dizer que, desde o primeiro dia, eu gostei. Dali em diante eu já virei maconheiro adicto.

Acho que, como eu era muito agitado, o hábito de fumar maconha me acalmava.

Aos 19 anos, minha família se mudou para a cidade de Águas de São Pedro onde fiz amizades duradouras com pessoas que carrego no coração até hoje.

Acampávamos perto de rios e cachoeiras, íamos a muitas festas, foi um período muito legal da minha vida.

Aos 24 anos, mudamos para Ibaté, cidade que os meus pais moram até hoje. Fica entre São Carlos e Araraquara.

E foi aí que a minha vida quase perfeita começou a desmoronar.

O Craque Foi o Período Mais Assustador da Minha Vida

“Uma coisa eu falo e digo com certeza absoluta: o mais perto que você pode chegar do Inferno e do Diabo, mesmo que você não acredite que ele exista, é quando você usa o craque”.

Eu conheci o craque quando estava fumando maconha com o meu irmão e ele me apresentou uma pedra.

Então, eu misturei com a maconha para fazer o famoso “mesclado”, que é quando se fuma maconha com craque.

Dali em diante, eu só fumava mesclado e consumia uns 15 por dia.

Nessa época, meu pai tinha uma churrascaria e a gente ajudava ele no trabalho.

Contudo, eu passei a roubar o caixa do restaurante para poder fumar mesclado.

Essa rotina durou um tempo até que conheci o Wagner “Pilanca”. E foi ele quem me ensinou a fumar o craque na lata.

 

Eu Era o Cara Mais Queimado da Minha Cidade

A partir do momento em que eu aprendi a fumar o craque puro, isto é, a pedra na lata, a minha vida mudou completamente.

A certa altura até eu não podia negar: eu era o cara mais mal visto na minha cidade. Minha reputação era péssima.

Além disso, ninguém parecia me desejar o bem e todos falavam que eu ia morrer cedo, que eu não ia ser nada na vida.

As pessoas zombavam de mim, dizendo: “Sai daqui seu nóia!.” “Cara mais noiado!” “Você é uma vergonha para sua família, para seu pai!” “Você não vai dar em nada!”

Os policiais da cidade também me odiavam. Eu não podia andar na rua que eu era parado por eles e tomava geral direto da polícia, tapa na cara, era humilhado.

Os meus pais também sofriam. Minha mãe chorava muito. Até mesmo o meu pai dizia: “Max, meu filho, você não vai ser nada nesta vida!”

Parecia que o mundo inteiro já havia desistido de mim. Mas não era à toa: já havia sido internado várias vezes e nada de me recuperar.

Esse inferno durou mais ou menos uns cinco anos. Eu pesava 45kg, meus dentes estavam todos podres, andava todo sujo.

Foi um tempo perdido da minha juventude, em que vivia inconsciente todos os dias.

Em minha última overdose, eu fumei 170 pedras de craque sozinho.

Como resultado, meu coração foi a 600bpm. Eu sentia a minha veia jugular latejar tão forte que parecia que ela ia sair para fora do meu pescoço.

Então, foi nesse dia, que eu decidi e falei comigo mesmo: “Eu não vou mais fumar craque”.

 

Raves e Festivais Eletrônicos: um Mundo de Avatar, Sexo e Drogas Estimulantes

Logo depois, voltei a morar com meus pais e comecei a frequentar Festivais de Música Eletrônica e Raves.

Foi aí que eu conheci um outro mundo, frequentado por outro tipo de gente, de estilos diferentes, com som diferente e gente com bastante dinheiro.

Acho que a maioria das pessoas não tem noção do quanto a juventude do interior de São Paulo é capaz de gastar em um fim de semana na Rave.

Consequentemente, também passei conhecer e a consumir outros tipos de drogas: bala, doce ou ecstasy, LCD, lança ou loló e cocaína, muita cocaína. Também passei a beber muito.

Eu e minha turma montamos uma agenda fixa dos maiores festivais que chegavam a reunir mais de 5 mil pessoas.

Contudo, com o passar do tempo, eu não ia nas Raves só para me divertir, eu ia também com o intuito de vender drogas.

Durante 10 anos fui o frequentador mais assíduo das Raves, já que fornecia drogas para a galera que queria curtir os eventos.

 

A Missão de Max Dacampo

Para além das Raves, eu trabalhava em um restaurante italiano e morava em uma casa que tinha dois quartos: um deles era para mim e no outro eu plantava maconha.

Daí, um dia, eu bolei um baseado e resolvi ler a Bíblia. E o que eu li, não esqueço até hoje.

Era a história do Jovem Rico. Naquele momento, eu senti algo diferente.

Então, pensei: “E se eu não fizer tudo o que puder para entrar no céu, quando eu tiver 50, 60 ou 70 anos será que eu vou ter me arrependido?”

“Se eu tivesse feito só o bem, ou melhor, se eu tivesse feito tudo o que Jesus quisesse, como seria a minha vida hoje?”

A partir daquele momento comecei a pesquisar sobre missões e missionários.

Assisti a um filme que se chamava Redenção e que contava a história de um cara com uma vida mais ou menos parecida com a minha.

Isso me interessou muito. Eu vi, por exemplo, que por trás da missão havia uma organização mundial chamada JOCUM.

 

Eu Senti Vontade de Fazer a Escola de Treinamento de Discipulado da JOCUM.

Isso foi em 2017.  Então, eu dei tomei coragem, preenchi o formulário e enviei. A resposta foi uma negativa. Aí eu larguei de lado e disse:

“Ah, tá bom então. Talvez isso não fosse para mim mesmo. A minha vida está boa assim, estou ganhando dinheiro, estou de boa”.

Depois de 40 dias eu recebi um novo e-mail da JOCUM dizendo que era para eu entrar em contato com eles.

Foi então que eu vendi tudo o que eu tinha e fiz o que o jovem rico não quis fazer: seguir Jesus.

Em minha primeira missão, fui para a Turquia, para Província de Ízmir ou Esmirna, e fiquei na terceira maior cidade do país.

Nosso trabalho era acolher os refugiados da Guerra da Síria, principalmente as crianças que chegavam até os campos de refugiados.

 

Primeira Ação Humanitária e a Jethro International

Pouco tempo depois da minha primeira missão eu conheci a Jethro International.

E foi na ocasião do desastre da barragem de Brumadinho, isto é, em Janeiro de 2019.

Como voluntário, cheguei a Brumadinho no bairro chamado Parque da Cachoeira.

E esse foi o segundo bairro mais atingido pelas inundações e rejeitos de lama.

O meu primeiro pensamento foi arrumar um lugar para dormir, coisa que eu não consegui fazer, devido ao caos da situação e muita gente precisando de ajuda.

Então, eu conheci algumas pessoas e montei uma barraca.

No segundo dia após o rompimento da barragem, fui até um campo de futebol onde havia vários contêineres para auxiliar as vítimas. Ali eu comecei a minha primeira ação de ajuda humanitária.

Eu confesso que vi muita coisa difícil, muitos corpos, muita gente em desespero, depressão, gente que chorava sem parar, gente se suicidando porque havia perdido tudo. Também fui a muitos velórios…

Nesse tempo, junto aos voluntários, havia um casal que ficava andando para baixo e para cima utilizando o brasão ou os distintivos da Jethro.

Como eu não sabia do que se tratava, eu olhava para eles admirado, porque eles se destacavam no meio da multidão de voluntários.

E não era apenas eu quem reparava nisso. Outras pessoas também comentavam sobre os distintivos. “Será que eles são da polícia?” “Será que eles são da Cruz Vermelha?”

No fundo, parecia que eles tinham mais poder do que a gente que estava ajudando.

Eu fiquei muito curioso e também, pra confessar, eu achava lindo!

Um dia, eu tomei coragem e perguntei o que era aquele brasão que eles usavam no pescoço.

Eles responderam: “É o distintivo da Jethro, que nos identifica como Diplomatas Civis Humanitários em qualquer lugar do mundo.”

 

O Distintivo da Jethro Abriu Portas para Mim

Foi por causa deles que eu fiz o curso da Jethro International e consegui o meu próprio Distintivo e as minhas Credenciais como agente humanitário.

Depois de me tornar um Diplomata Civil Humanitário Internacional, eu conseguia acesso a hospitais, presídios e delgacias, escolas.

Mais que isso, eu consegui falar com autoridades, governantes, sobretudo prefeitos e vereadores.

 

Em Brumadinho eu me Tornei a Voz do Povo

Eu nunca havia liderado nada antes na minha vida, nada e nem ninguém.

No entanto, em Brumadinho, eu rapidamente eu havia me tornado um líder diante de uma das piores situações de tragédia no Brasil.

Eu me tornei a voz do povo. Todas as demandas, tudo que as pessoas necessitavam tinha que passar por mim para que eu levasse as petições até os responsáveis pela tragédia e algo fosse feito.

Organizava a distribuição dos recursos para as pessoas: cestas básicas, materiais de construção, produtos de higiene e higiene pessoal, produtos de limpeza, remédios.

Depois de 20 dias da tragédia, a maioria dos voluntários já havia ido embora de Brumadinho e praticamente não tinha mais quase ninguém. Somente eu e mais uns poucos.

Teve um dia que eu estava sentado de manhã, fazendo uma meditação e o Espírito Santo começou a ministrar no meu coração e me disse: “Max, eu quero que você inicie um projeto social nesse bairro.”

 

A Tragédia de Brumadinho e a Construção de um Paraíso no Meio da Lama

Eu também nunca tinha feito um projeto social.

Então, a primeira coisa que veio na minha cabeça era que, para realizar qualquer ação humanitária, eu precisava de um lugar.

Foi assim que eu comecei a correr atrás de uma casa. Não tinha dinheiro, eu não tinha nem mesmo um par de tênis já que andava descalço há mais de um mês por causa da lama.

Mas eu consegui alugar um espaço e, assim, as coisas começaram a acontecer.

Começamos a receber muitas doações, muitos voluntários se juntaram a nós e havia muitas crianças precisando de assistência.

Em pouco tempo, nosso projeto estava incrível.

Quatro meses depois, fui convidado para dar uma palestra sobre Elaboração de Projetos Sociais em uma faculdade na capital de Minas Gerais. Eu nunca tinha feito nada parecido na minha vida.

 

O Projeto SOMOS de Brumadinho foi de extrema importância e perdurou por dois anos após o rompimento da barragem. Ao todo, eu fiquei 3 anos em Brumadinho.

Nesse tempo, eu recebi mais de 3 mil voluntários. Mais de 150 crianças frequentavam o projeto de segunda a segunda. Algumas das crianças até dormiam no projeto.

A verdade foi que com esse projeto colocamos em Brumadinho um paraíso no meio do da lama. Foi algo realmente incrível.

 

Amazonas e o Início de um Projeto de Amor pelas Populações Ribeirinhas

Depois de um tempo eu notei que a minha agenda já não caminhava do jeito que eu havia planejado.

Foi então que me chamaram para pregar no Estado do Amazonas. Nunca tinha ido. Amazonas eu conhecia só pela televisão.

Ao pregar na igreja fiquei conhecendo a comunidade dos ribeirinhos e senti a necessidade deles como se fosse a minha própria necessidade. Aquilo tocou no meu coração.

Sabe, a Amazônia recebe muita ajuda, milhões de dólares e há diversos projetos para preservação da floresta e da biodiversidade.

Entretanto, muitas vezes as pessoas que têm na Amazônia o seu verdadeiro lar ficam esquecidas

Comecei o Projeto Somos Ribeirinhos. De início eu e um grupo de pessoas usava a casa para receber as crianças.

Pouco tempo depois começamos a usar a escola da comunidade e fui conquistando, aos poucos, a confiança dos moradores.

Essa confiança foi crescendo aos poucos, à medida que os ajudava e ia conhecendo cada um deles.

Foi assim que construímos o primeiro projeto social da história do Brasil junto às comunidades ribeirinhas.

Já faz 3 anos desde o início do projeto.

Uma coisa curiosa que eu lembro é que, nos meus tempos da escola de missões da JOCUM, eu tinha um professor que dizia:

 

“O trabalho humanitário não é feito em uma semana, nem em quinze dias. Tem que se estar no mínimo 2 anos em um local para podermos ver os frutos dos projetos humanitários.”

 

Hoje, estou colhendo muitos frutos do projeto humanitário junto às populações ribeirinhas e temos ainda muitos desafios pela frente. Se você quiser saber como ajudar, veja aqui.

O nosso projeto atende a 14 comunidades ribeirinhas e também a uma comunidade indígena. Ao todo são mais de 90 famílias. Gastamos 230 mil reais em nossas instalações.

  • Em três anos entregamos mais de 6 mil cestas básicas para famílias que não têm acesso ao um mercado ao lado de casa.
  • Nosso projeto atende a 150 crianças.
  • Temos uma escola de crochê e artesanato que atende a 50 mulheres para que possam fazer uma renda extra.
  • Temos um ambulatório que funciona 24 horas por dia em uma região em que não há posto médico e o socorro só chega de helicóptero de 15 em 15 dias.
  • Entregamos filtros para que as pessoas possam consumir uma água saudável e de qualidade, e também para que possam ficar livres de doenças que foram consideradas típicas da região amazônica.
  • Temos uma Escolinha de Futebol.
  • E uma academia de ginástica para jovens e mulheres nunca tiveram a oportunidade de frequentar uma academia antes na vida.

Visitamos os locais mais isolados da região e, hoje, o nosso projeto alcança direta e indiretamente mais de 5 mil pessoas.

Todo o recurso vem de campanhas que fazemos no Instagram para que as pessoas possam contribuir com apenas 2 reais.

Posso dizer que é incrível o que temos alcançado até hoje. Nosso projeto vive 100% de doações. Temos conseguido fazer a diferença.

Por sua história de vida e dedicação ao trabalho humanitário, Max Dacampo recebeu o Prêmio Martin Luther King Medal of Heart da Jethro International.

Comunicação Civil Diplomata Jethro

O Departamento de Comunicações da Jethro International organiza as informações mais relevantes sobre as ações de diplomatas civis humanitários em todo o mundo. Fique por dentro, acompanhe e compartilhe conosco suas ações! Entre em contato conosco em contato@jethrointernational.org

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram
Share on email
Email